sábado, 14 de novembro de 2015

No meio de tanta cinza

No meio de tanta cinza, ver brotar a vida que,
Mesmo diante de ti, já morta, causa ainda
Uma urgência, uma aflição sem nome
Que sem preâmbulos digo
Que nada mais importa,
Só o que encontra hoje
Para lapidar a alma infecta
Que habita no ser
Que observa e que admira
Este frágil desabrochar
Mesmo sabendo que
Não encontrará eco dentro de si,
Diante de si, no fundo de si
Olhos mortos cansados de ver,
Olhos mortos cansados de sentir,
A vida a pulsar agigantar-se diante de si
E não dentro de si
Ver o cinza onde não há mais cores,
Onde não há mais vida,
Só existe a esperança diante de si
Em suas mãos já secas, mortas,
Mas que ainda servem para conter a vida
Que urgente quer desabrochar e
Esta força vital umedece seus olhos
Já mortos para e pela vida  e
Aflita em avisar que tanta energia
Rapidamente será sugada, destruída e será à toa,
Que logo estará  morta no meio de tanta cinza,
Achando que até aqui tudo valeu
Como o mundo quer que acreditemos
Pensando que não descobriremos
Como tudo é tão fugaz,
Veloz como um flash
Rumo a um abismo que não tem fim

ROSÂNGELA FERREIRA LUZ 14/11/2015.


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