domingo, 21 de janeiro de 2018

Tetralogia série Napolitana, de Elena Ferrante

Continuo lendo de teimosa

TETRALOGIA SÉRIE NAPOLITANA, DE ELENA FERRANTE
As críticas têm sido generosas em relação à obra de Elena Ferrante, inclusive há quem cite a autora como uma das escritoras do universo feminino que não podíamos deixar de ler em 2017.
Visto isso, tive o interesse de ler seus livros, pois bem, como não poderia deixar de ser, ao invés de adquirir um e ler, resolvi comprar os três primeiros:
A amiga genial;
 A história do novo sobrenome;
História de quem foge e de quem fica;
E este último livro que não adquiri e nem penso em adquirir ainda:
A garota perdida.
A narrativa me decepcionou, além de transcorrer lentamente, a personagem narradora possui características humanas degradantes de inveja, autoestima baixa e competividade que não se sustenta em relação a outra personagem, sua amiga de infância, demonstrando uma relação abusiva de dominação e submissão onde não cabe motivos para se manter. Entretanto, posso relevar este aspecto imaginando ser possível tal ligação, só que a história se arrasta, coisas que poderiam ser descritas em dois parágrafos, por exemplo, tornam-se enfadonhas tomando inúmeras páginas e os acontecimentos são previsíveis.
A narradora, a personagem Elena Greco, resolve escrever sobre Lila, sua amiga desde a infância, quando percebe que ela está cumprindo o desejo de desaparecer sem deixar vestígios, não há fotos, cartas, mais nada que pudesse ser prova de sua existência e, como uma vingança, resolve escrever para registrar a relação entre elas como forma de não deixar que sua amiga desapareça de vez, como julga ser a decisão tomada por ela e inicia seu livro na infância das duas.
A história inicia-se nos anos sessenta, onde a mulher não tem voz, precisa de um marido que ?lhe ponha no lugar?, precisa ter filhos como forma de reafirmar sua posição na sociedade, poucas mulheres decidem estudar, pois se vê a educação acadêmica desnecessária e, como lhe falta os atrativos que sua amiga Lila possui, a narradora resolve prosseguir nos estudos como uma forma de se sentir superior, em algum aspecto, à sua amiga Lila mas, mesmo não prosseguindo nos estudos, Lila demonstra ser autodidata, minando a confiança da personagem narradora, mais uma vez, de se sobressair em algo e apesar da história acontecer depois da segunda guerra mundial, com resquícios do fascismo, em um ambiente de extrema pobreza, onde predomina o medo da máfia local, onde percebemos traços do feminismo, a obra não se ampara em tais temas.
É o tipo de leitura que se faz acreditando que, em algum momento, possa melhorar, todavia tal fato não se sucede. Li os dois volumes, falta o terceiro adquirido e o quarto, A garota perdida, que será lançado este ano e lerei  como obrigação por ter iniciado a série, preciso aprender a adquirir um volume de cada vez e se apreciar, seguir a leitura, mas a leitora voraz que existe em mim, precisa adquirir os livros e correr o risco de não gostar como aconteceu com as obras de Elena Ferrante, com as quais tive contato pela primeira vez, realmente não achei motivos para os alaridos feitos em torno desta série, talvez a escritora tenha sido feliz em suas obras anteriores que não conheço, mas acredito que sua fama deriva de sua identidade mantida em segredo como é descrito na reportagem feita no site:

http://oglobo.globo.com/cultura/livros/elena-ferrante-que-esconde-sua-identidade-ha-mais-de-20-anos-tem-livro-lancado-no-brasil-16277809#ixzz3bXbuLYEj

Que conta:
 ?Há muita incerteza sobre o pouco que se sabe da escritora. Ela teria nascido em Nápoles, morado na Grécia, estudado os clássicos gregos e latinos (a ?Eneida?, de Virgílio, é uma referência recorrente em ?A amiga genial?). Parece que é mulher mesmo, apesar de boatos antigos de que Elena Ferrante fosse pseudônimo do autor italiano Domenico Starnone (que nega de pés juntos). E teria sido mãe. Só uma coisa é certa: ela acredita que, depois de escrito, um romance não precisa de seu autor. ?

Penso que é esse ingrediente a razão de seu sucesso, o mistério de sua identidade, que instiga os leitores a levantar hipóteses e, através da leitura de seus livros, tentar determinar quem seria ela ou ele.

Nenhum comentário:

O novato do colegial

  AVISO LEGAL Alguns dos personagens encontrados nesta história e/ou universo não me pertencem, mas são de propriedade intelectual de seus r...